Vale do Silício tupiniquim: multi-clusters e lideranças transformadoras

Terminamos hoje a série de posts Vale do Silício tupiniquim, que procurou debater neste espaço o presente e o futuro do polo tecnológico de Florianópolis tendo no horizonte a experiência americana vitoriosa do Sillicon Valley, na Califórnia.

Foram 14 aspectos destacados por quem acompanhou de perto o desenvolvimento do polo tecnológico mais conhecido do mundo – William Miller, ex-reitor da Stanford University, que esteve em Florianópolis em novembro.

Nos dois últimos itens da lista de Miller, Florianópolis está no caminho na busca de reinventar sua identidade como polo, a partir de clusters de mercado, com lideranças nas mais diversas áreas.

13) Poder de multi-clusters dentro do ambiente de inovação

A consolidação do Vale do Silício fez com que as empresas passassem a se organizar por segmentos de desenvolvimento e atuação. Com isso, sugiram clusters de internet, biotecnologia, engenharia, eletrônica, informática, entretenimento, dentre outros. Da sinergia destes grupos e da constante troca de informações, surgiram gigantes como a Google, por exemplo.

Florianópolis caminha também para esta verticalização na atuação de suas empresas. Já estão sendo formados clusters nos segmentos de energia, segurança eletrônica, biotecnologia e saúde, entretenimento digital, tecnologia têxtil, agronegócio, dentre outros. O desenvolvimento e o crescimento do polo se dará pelo fortalecimento da atuação e colaboração das empresas baseadas nestas verticais, atendendo suas especificidades e necessidades.

14) Liderança para transformar

Não dá para ter uma iniciativa como o Vale do Silício se não houver lideranças. Para Miller, são elas que são as agentes de mudança, ao pensarem e agirem de forma distinta. O próprio Miller foi um destes agentes.

O ex-reitor da UFSC, Caspar Erich Stemmer, foi uma das lideranças para o polo tecnológico de Florianópolis, ao criar e consolidar o Centro Tecnológico da Universidade. A criação da Fundação Certi, berço de grandes inovações geradas na Ilha de Santa Catarina, tem até hoje a liderança de seu superintendente Carlos Alberto Schneider.

Mais recentemente, no segmento empresarial, o ex-presidente da ACATE Alexandre d’Avila da Cunha e o atual presidente Rui Luiz Gonçalves tem liderado projetos em prol do associativismo inovador. São ações dentro do empreendedorismo cívico – como o presidente da ACATE costuma colocar em eventos que discursa.

? frente de iniciativas como Sapiens Parque, um projeto de inovação ao Norte da Ilha, está seu diretor executivo José Eduardo Fiates – respeitado nacionalmente por sua atuação entre parques tecnológicos e incubadoras.

No âmbito governamental se destacou o ex-governador Vilson Kleinubing, que apoiou fortemente a criação da primeira incubadora de base tecnológica do país e do lançamento do Parque Tecnológico Alfa, o primeiro da capital. O atual governador, Luiz Henrique da Silveira, foi ministro de Ciência e Tecnologia do Brasil nos anos 80. Além disso, o professor, ex-reitor da UFSC, Antônio Diomário de Queiroz, hoje à frente da FAPESC, tornou-se uma das principais lideranças do segmento a se tornar um dos criadores da Lei Catarinense de Inovação.

Autor: Rodrigo Lóssio

Jornalista formado pela UFSC, especialista em Propaganda e Marketing pela UNIVALI, com MBA em Gestão de Negócios, Mercados e Projetos Interativos pelo I-Group. ? sócio-diretor da Dialetto e editor executivo do blog TI Santa Catarina.

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