Sua cidade está preparada para a gestão pública 2.0?
Por Aldo Mees*
Uma definição da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a gestão pública de qualidade diz que ela precisa ?gerar impacto tangível na melhoria da qualidade de vida da população, por meio de parcerias com o setor privado e a sociedade, de maneira sustentável??. Isso significa dizer que não adianta a gestão de uma cidade investir em equipamentos, tecnologias e sistemas se a transformação proporcionada por eles não for percebida por todos os cidadãos. Esse ponto convergente entre os indivíduos e a administração deve ser facilitado, integrador e onipresente. Se não for assim, não funciona.
Dos 295 municípios catarinenses, 201 tem algum tipo de iniciativa digital. Mas será quem em todos eles as premissas da boa gestão pública com o uso da tecnologia são atendidas? Em alguns casos o que se vê são projetos incompletos, soluções não integradas e ao invés da digitalização, a digitação: quando os processos continuam caminhando de forma analógica, mas estão no computador – sem que o próprio administrador ou os servidores públicos saibam exatamente para quê.
Isso acontece porque as tecnologias para a gestão pública não são consideradas na hora de se executar o planejamento anual. No início de uma gestão municipal, a melhoria do departamento de Tecnologia da Informação (TI), que deveria ser elevada ao status de secretaria – tende a não ser prioridade. Na iniciativa privada essa visão é diferente, há uma busca constante por ?fazer mais com menos??. Numa condição de maior autonomia, intervenções que envolvem conhecimento técnico e melhoram o fluxo geral dentro do ambiente administrativo são mais rápidas e eficientes. Além disso, é preciso adotar um eficiente Government Resource Planning (GRP), ou seja, Sistema Integrado de Gestão Pública. Ele é uma plataforma única e centralizada que integra todos os dados e processos da organização, com confiabilidade, redução de custos e retrabalhos. Essa última ação já corresponde a cerca de 90% de toda a automação realizada por uma prefeitura.
Em alguns casos o que se vê são projetos incompletos, soluções não integradas e ao invés da digitalização, a digitação: quando os processos continuam caminhando de forma analógica, mas estão no computador – sem que o próprio administrador ou os servidores públicos saibam exatamente para quê.
Nesse contexto, completamos recentemente 20 anos de história percebendo quanto o setor público ainda depende de ?amarras computacionais??. Para mudar isso, desenvolvemos de forma pioneira um sistema de cloud computing para as prefeituras, câmaras de vereadores e outros órgãos públicos. As cidades não podem comprometer a inclusão digital dos contribuintes nem a boa prestação de serviços públicos por limitações técnicas como falta de energia, falhas em computadores e outras limitações. Isso reduz a taxa de indisponibilidade do sistema que nos tempos atuais pode prejudicar a credibilidade de uma gestão por não se conseguir acessar o Portal da Transparência, por exemplo. A forma de se fazer política está mudando, e a maneira de administrar o que é de todos também precisa evoluir.
Aldo Mees é Diretor-presidente da IPM Sistemas