Digitalks 2012: indicadores de internet e consumo moderno de mídia

Palestrantes nacionais e mais de 300 pessoas participaram do Fórum de Marketing Digital 2012 – Digitalks, nesta quinta-feira, no CentroSul, em Florianópolis. Consolidado como o principal evento itinerante da área, o fórum ocorre em diversas capitais do Brasil e tem como objetivo apresentar e debater as tendências do Marketing Digital e apoiar o desenvolvimento dos mercados na área. A programação contou com palestras de profissionais influentes no mercado digital nacional e debates entre os diferentes setores de comunicação e marketing.

O diretor executivo da IAB Brasil – que em breve deve ter uma sede em Santa Catarina -, Ari Meneghini, ministrou a palestra ?Indicadores de Internet e como adaptar a comunicação ao consumo moderno de Mídia??. Para Meneghini, mais impressionante do que a grande quantidade de usuários da internet, no Brasil, registada em 2011 – cerca de 80 milhões (IBOPE), é a quantidade de usuários em mobile: 51 milhões, segundo a Anatel; e isso revela uma grande tendência:

O que sustenta as agências, atualmente, é a produção. Você precisa estar presente no meio online, mas isso não basta. Você precisa investir e criar aplicativos e sites, inclusive que sejam compatíveis com mobile, que é muito requisitado para buscas. O consumo de mídia não linear da internet exige novas produções e convergência de mídias. No youtube, por exemplo, a publicidade é vista como conteúdo e não como propaganda.

Ari Meneghini, diretor executivo da IAB Brasil

Meneghini ainda destacou que as ações em mídias digitais já representam quase 10% do bolo publicitário e que em 2011 houve crescimento de cerca de 82% no número de campanhas, em relação ao ano anterior. Para ele, o brasileiro está perdendo aos poucos o medo de comprar online e o número de compradores desse tipo chegou a 31 milhões, em 2011:

Apesar de não estar habituado a comprar online, o brasileiro costuma usar a internet para fazer pesquisas sobre produtos e serviços, ela é uma ferramenta de decisão. Se o Brasil investir em banda larga, acredito que em 2015, cerca de 50% da audiência vai comprar online.

Segundo o diretor executivo da IAB Brasil, vive-se um momento de transformação e aqueles que não se adaptam, acabam perdendo. Para ele, todos os setores de uma empresa devem ser arrojados, todos precisam se conhecer e a parceria entre tecnologia e criação é fundamental:

A Sony está entre aquelas empresas que não enxergaram as mudanças e agora buscam saídas jurídicas, por exemplo, para correr atrás do prejuízo. A contrareação desse tipo de indústria vê os usuários como criminosos. Já o Ecad é uma caixa preta, sem fiscalização e que vive das regras de um mundo antigo. A Kodak também não entendeu esse momento de digitalização e concentração de funções em um equipamento, e decretou falência, depois de 131 anos de existência.

De acordo com ele, o jornal também acompanha esse momento em que valoriza-se o que é instantâneo e localizado:

O jornal virou uma ata burocrática do dia anterior e por isso precisa se reposicionar também, destacando-se principalmente pelo seu conteúdo. Se a questão é ?Como ganhar dinheiro com isso??, afirmo que é preciso investir em capital humano, jornalistas de qualidade. O The New York Times, por exemplo, tem 145 jornalistas para a sua versão online e faz três reuniões de pauta por dia.

Meneghini acredita que a internet é a mídia que está mais presente no dia-a-dia das pessoas, mas ainda assim recebe pouco investimento. Para ele, o Brasil ainda precisa investir muito mais em banda larga e em um Plano Nacional de Banda Larga eficiente.

Autor: Equipe TISC

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